A Eletra inaugurou uma nova fábrica para a produção de ônibus elétricos em São Bernardo do Campo (SP). Utilizando tecnologia 100% nacional, a unidade terá capacidade inicial para produzir 150 ônibus elétricos por mês e teve um evento que contou com a presença do presidente Lula e ministros.
Com um plano de investimentos para veículos limpos que chega a R$ 150 milhões, esta ampliação levará à produção de 1.800 ônibus elétricos por ano, chegando a 2.700 num futuro próximo, gerando 500 empregos diretos nos próximos dois anos, sem considerar os parceiros e fornecedoras, como a Weg (fabricantes dos componentes elétricos), a Caio (fabricante das carrocerias) e Scania e Mercedes, as duas que produzem as plataformas dos novos ônibus.
“A Eletra está se preparando para ser não apenas a maior e mais versátil montadora de ônibus da América Latina, mas líder global em transporte público sustentável. A Eletra é um dos símbolos da nova industrialização brasileira”, certificou a presidente da empresa, Milena Braga.
Dentro de um movimento de tentativa de reindustrialização do país, Lula afirmou que o Brasil pode ganhar competitividade frente às empresas estrangeiras ao investir em eletrificação, mas com tecnologias totalmente nacionais.
“É muito importante nossa parceria com a China, mas prefiro que sejam comprados os ônibus nacionais”
No evento, o presidente defendeu ainda a participação ativa do governo nas políticas públicas de apoio à conversão das frotas de transporte público a diesel para veículos elétricos.
“No início, o ônibus elétrico é mais caro do que o normal, mas no funcionamento dele, custará 73% a menos do que o ônibus a diesel”, argumentou. “Por isso que a gente tem que apostar na empresa brasileira”, acrescentou.
Também participaram da comitiva o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento (MDIC), Geraldo Alckmin, além de sete ministros.
O vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse que a iniciativa faz parte do processo de “neoindustrialização” que o governo está implementando.
“Aqui está a neoindustrialização: inovação, pesquisa, desenvolvimento e engenharia nacional”, comentou, citando a tecnologia de eletrificação.
O presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico, Ricardo Bastos, um dos convidados, comemorou.
“Foi um evento importantíssimo para apresentar a realidade dos investimentos, empregos e tecnologia da indústria da mobilidade elétrica para o presidente, vice-presidente, ministros, prefeitos e autoridades locais”.
A diretora executiva da Eletra, Iêda de Oliveira, também coordenadora do Grupo de Veículos Pesados da ABVE, disse que a visita presidencial representa um ponto de virada para a indústria do transporte sustentável no Brasil.
“Foi um evento emblemático para a Eletra, para a indústria nacional e para a eletromobilidade,” – afirmou Iêda. “Apresentamos ao presidente veículos totalmente fabricados no Brasil, com tecnologia desenvolvida no país”.
A Eletra produz vários modelos de ônibus elétricos. Os veículos têm tecnologia de tração elétrica e eletrificação e-Bus Eletra, carroceria Caio eMillennium, motor elétrico, inversor e baterias WEG – e chassis Mercedes-Benz e Scania, fabricados no Brasil.
A transição energética no transporte público irá demandar cada vez mais ônibus elétricos. E ainda que haja poucos munícipios com iniciativas nesse campo, esse movimento deve aumentar nos próximos anos. Nesse ponto, haverá concorrência de empresas internacionais, principalmente chinesas, mas abre-se a oportunidade para avançarmos com as tecnologias nacionais, uma boa oportunidade para modernização da nossa indústria no cenário de eletrificação.
Fonte: Eletra; ABVE
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